terça-feira, 15 de abril de 2014

Pó.



                                                    



O amuleto fora pendurado no local dito como especial. Era criança quando fizera aquilo e sua visão inocente e peculiar sobre o mundo era muito fantástica para entender o fato que ocorria naquele momento. Aquele colar com a imagem de seus pais carregava uma história fantástica. As informações e memórias preciosas estavam gravadas naquele objeto. A luta pelo amor de um casal limitado pela sua época de guerra e tristeza se concentravam naquele pequeno ponto. Os galhos da árvore mística seguraram por mais de 30 anos aquela relíquia. Lógico que havia prendido bem, pois seria trágico algum esquilo ou ave se encantar pelo brilho dourado que aquele mesmo refletia. Os motivos de ter colocado ali foram completamente espirituais, mas só após 30 anos pode compreender a verdade sobre as coisas deste mundo. Apesar de tão fantástica ser a história e tão complexa a crença celta, os pequenos detalhes revelam os maiores mistérios da vida. O amuleto estava sujo.


 Apesar de todo aquele ambiente ser magnífico e o quão especial aquele colar era, ele se sujou. Tudo que existe é fadado a se sujar e o ser humano não escapa disso. As coisas ao domínio do homem não fogem deste fato. Buscamos torná-las especiais, mas a natureza pouco importa para nossa vontade. Ela apenas age da forma correta e natural. Consideramos nossas atuações, supostamente "inteligentes" sobre o espaço da terra, algo sagrado e superior a todas as coisas, mas tudo se suja. Não é questão apenas de morte, mas sim de que lutar contra a nossa natureza é algo destinado ao fracasso. A moral do ser humano não se compactua aos seus extintos, por mais que você queira controlá-los. A tentativa através do medo, punição ou seja o que for é inútil quando você passa a analisar a perspectiva de que tudo um dia irá se sujar. Os ditos "pecados" são algo natural nosso e sempre vamos cometê-los. Assim como aquele amuleto mais precioso se sujou, o maior dos homens também à de ter se sujado. Apesar de a moral ser algo bom e buscar controlar os extintos seja sábio, é impossível fugir da naturalidade. Somos parte de um evento natural e essa é a questão. Essa é a resposta da natureza mediante a nossas crenças. Por mais que um homem lute para não abusar fisicamente de uma jovem, ele já se sujou pelos seus desejos.
                                                 

 Derramou lágrimas quando retirou dos galhos o colar. Banhando o amuleto com seu pranto e o purificando com o pano de sua camisa, a relíquia não estava mais suja, porém a sujeira corrompeu a imagem dos pais para algo não tão legível como era antes. Isso machucava seu peito e amaldiçoava o homem que buscava em vão manipular a realidade com suas religiões. Nada foge da naturalidade. Novamente o objeto estava limpo mas à de um dia ela se sujar novamente.

Nós podemos reparar a sujeira que nos foram impregnadas, porém algumas marcas podem ser eternas. Sua identidade pode ser completamente apagada e sobre ela existi um borrão escuro e denso. Apesar de isso soar triste, aceitar este lado da história pode ser libertador. A sujeira de primeiro plano pode ser vista como algo negativo, mas o fato é, nós somos a sujeira. A forma pela qual a natureza te molda ou talvez as circunstâncias, são conseqüências do processo de evolução de todas as coisas e isto não é exclusividade dos humanos. O mundo é nós. Nós fazemos parte do mundo. Tudo é poeira.

                                              

 Nossa inteligência não nos torna especiais, nem nossa sabedoria e conhecimento, mas sim a oportunidade que temos de poder acompanhar este evento precioso chamado vida.

 Mac K. Lupus.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Olhos.


                                                     

 Início. Na maioria das vezes, complicado, porém, necessário. Lembro de meus primeiros textos, primeiras estórias criadas em minha autoria. Ainda era muito novo e mal conseguia narrar um conto, mas adorava aquilo. Escrever, colocar no papel algo que nasceu de dentro de você é algo mágico. Alguns fazem isto de formas diferentes. Ouve um tempo em que me dediquei em desenhar personagens, assim montando quadrinhos. Não tinha um bom traço, mas desenhava aquilo que vinha em minha imaginação. Meus vários amigos imaginários tomando formas por conta da ponta de meu lápis. Acontecia de na minha cabeça eles serem mais legais, detalhados... Mas eu era sincero em meus rabiscos. É como você assistir uma determinada situação de um ângulo e narrar de outro... Mas de forma sincera. Por esta razão que vários artistas buscam o seu próprio "estilo", mas deixando ser estimulado por outros. Pode acontecer de alguns serem semelhantes, mas nunca iguais. A realidade de um nunca é a mesma do próximo. Num ponto de vista radical, sim, mas na prática, não. As situações da vida podem ocorrer semelhantes para dois indivíduos, mas ambos contarão o ocorrido em sua perspectiva. Esta é a magia.


 O imaginário busca se respaldar naquilo que você vive, viveu ou viverá. Suas loucuras, crenças, costumes e atitudes serão respondidas de formas diferentes em sua imaginação. Alguns memorizam números através de cores, pois assim elas interpretam. A música não escapa, pois formas impossíveis ou possíveis podem se materializar no espaço através de alucinações. A narração de sua dimensão não se fecha apenas em uma folha de papel, você vive ela dia após dia. Ela pode ser um inferno ou paraíso, tudo depende exclusivamente de você. Todos vivemos uma Insana Dimensão.
                                                                             
                                                                             Caio W. Salazar.

 Este é o início de um blog onde seu futuro é incerto. Sua criação foi um mero acaso onde seu fim vai ser uma resposta de seu progresso. Não tenho certeza se os posts serão frequentes, também não tenho certeza de que ele terá uma longa vida. Este texto de abertura caiu mais sério e reflexivo, isso continuará mas não será um padrão. Buscarei variar bastante o conteúdo do mesmo baseado em meu gosto. Terá textos humorados, sérios, críticos e etc. à cerca de variadas mídias, como: games, quadrinhos, filmes, músicas, séries... Pode acontecer de uma assunto triste ser retratado com alegria ou vise versa. Tentarei fazer disto o atrativo do blog, retratar vários assuntos em diferentes pontos de vistas. Será um desafio, mas buscarei ter existo perante isto.
 Também publicarei contos de minha autoria. Mas no mais, é isso.  Um forte abraço para todos! :)